No Dia Mundial da Água, a Fundação Uniselva apresenta um dos projetos apoiados que vão auxiliar na preservação deste bem tão precioso

No dia 22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água. No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o “risco iminente” de uma crise global de escassez de água, tendo como principais motivos o consumo excessivo e mudanças climáticas dos últimos anos.

Apesar de sermos considerados “privilegiados” por deter 12% das reservas de água doce do planeta e 53% dos recursos hídricos da América do Sul, o Brasil também enfrenta muitos desafios para a preservação deste bem tão precioso.

Mato Grosso, estado igualmente abundante, detém três das 12 regiões hidrográficas do país, tendo parte da Regiões Hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia e Paraguai. Diante deste cenário, também há muitos desafios a serem enfrentados. Um deles é compatibilizar o uso da água, como afirma a professora e pesquisadora Eliana Rondon.

“Os nossos recursos hídricos são utilizados de diversas maneiras, como por exemplo o esgoto doméstico. Se não há o tratamento do esgoto, ele será lançado no rio in natura, comprometendo assim a qualidade da água. E quando pensamos na Bacia Rio Cuiabá, que é a bacia mais urbanizada, principalmente porque abrange os municípios de Cuiabá e Várzea Grande, este impacto pode ser ainda maior”, explicou Eliana.

Outro desafio que Mato Grosso tem é com relação aos impactos da larga utilização dos recursos hídricos para as atividades econômicas, como é o caso do agronegócio, da mineração, da piscicultura, entre outros. A professora também aponta os impactos nos recursos hídricos na geração de energia, como é o caso da Usina de Manso, que ao ser construída alterou o regime e ambiente da água.

A Fundação Uniselva já apoiou diversos projetos capitaneados pela professora Eliana. Um deles foi a elaboração do Plano de Saneamento Básico de mais de 100 municípios mato-grossenses. Atualmente, uma nova parceria está sendo formalizada. Trata-se do Plano da Bacia do Rio Cuiabá, que se estende desde sua nascente, localizada no Manso, até o município de Barão de Melgaço.

O estudo será realizado pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Saneamento Ambiental (Niesa) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e além do apoio da Uniselva, tem como parceria o Ministério Público do Estado de Mato Gosso (MPMT). Eliana explica que este plano servirá como instrumento norteador para tomada de decisões em relação aos recursos hídricos.

“O plano tem como objetivo fazer um diagnóstico da Bacia Rio Cuiabá e levantar seu uso e possíveis conflitos e problemas. A política de recursos hídricos trabalha os usos da água e diz que você precisa garantir a água em quantidade e qualidade tanto para essa geração presente, quanto para as gerações futuras. E isso só pode ser feito partindo de um levantamento minucioso, que é o que estamos propondo”, disse a pesquisadora.

Um flagra feito pela equipe de monitoramento do Plano de Bacia do Rio Cuiabá na última segunda-feira (20.03) mostra como ainda há desafios na preservação do rio. A estrutura da passarela de acesso à captação da ETA Sul ficou comprometida devido ao acúmulo de lixo.

“O rio é vital para o fornecimento da água de suas cidades. 90% dos municípios têm no rio Cuiabá e afluentes a sua única fonte de fornecimento. Esse é o rio que temos? Será que é o que queremos?”, questionou Eliane.

Conheça a fundação

A Fundação Uniselva é uma entidade sem fins lucrativos de Apoio e Desenvolvimento da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR).

Entre as missões da fundação está o apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão das instituições de ensino e a prestação de serviços à sociedade em projetos de mesma área de abrangência, de interesse público ou coletivo.

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