Publicação apresenta o resultado após sete anos de pesquisa em MT, MG, MS e PA 

Foi lançada a segunda edição do Atlas Socioeconômico e Ambiental dos Assentamentos da Reforma Agrária em Mato Grosso e Pará, resultado do projeto Diagnóstico para Regularização Ambiental dos Assentamentos da Reforma Agrária - RADIS UFMT. A iniciativa foi viabilizada por meio da parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a Fundação Uniselva, com o gerenciamento administrativo-financeiro. 

O RADIS UFMT, inicialmente previsto para durar dois anos e atender 18 mil famílias, ultrapassou as expectativas, com duração de sete anos de execução, mais de 45 mil famílias assentadas diagnosticadas e mais de 43 mil formulários validados. Conforme explica um dos coordenadores do projeto, professor Paulo Cesar Venere, os dados coletados formam uma base robusta para a elaboração de projetos de regularização ambiental e do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Além disso, essas informações são uma importante ferramenta de supervisão ocupacional e apoio à regularização fundiária", completa o docente da UFMT. 

A atuação começou nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais, mas foi ampliada para incluir Mato Grosso do Sul e Pará, abrangendo um total de 167 assentamentos e aproximadamente 45.423 lotes visitados. Só no Mato Grosso foram 24.386 lotes em 126 assentamentos rurais distribuídos por todas as macrorregiões do estado.O projeto também atendeu demandas adicionais do INCRA, como o georreferenciamento de cerca de 6.000 polígonos (incluindo lotes, áreas de reserva e estradas) em 23 Projetos de Assentamento — 22 em Mato Grosso e um em Mato Grosso do Sul —, consolidando sua importância estratégica para os processos de titulação e planejamento territorial. 

Além da dimensão técnica, o RADIS gerou impactos científicos. “Até o encerramento, foram publicados mais de 20 artigos científicos e temos outros em preparação, além de dois Atlas em formato de e-book, sendo um deles produzido em parceria com o CREA-MT", informa Venere.  

A execução do projeto contou com a participação ativa de docentes e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso, especialmente dos departamentos de Arquitetura e Urbanismo, Geografia, Engenharia (campus de Várzea Grande), Instituto de Biociências, Escritório de Inovação Tecnológica e Secretaria de Tecnologia da Informação (STI). 

A Fundação Uniselva foi responsável por todo o gerenciamento financeiro do projeto, permitindo que a equipe técnica se concentrasse na execução de campo e análise dos dados. Também atuou na contratação da COOPERFRENTE, cooperativa responsável pelas atividades de coleta de dados agrários e ambientais nas comunidades atendidas. 

“O RADIS deixa um legado importante para a política agrária e ambiental do país, contribuindo de forma expressiva com a missão do INCRA e com o compromisso da UFMT em promover ciência e desenvolvimento sustentável”, finaliza o coordenador. 

O projeto encerrou suas atividades oficialmente em dezembro de 2024. 

Confira mais informações sobre o RADIS, no vídeo neste link.