Projeto auxilia agricultores familiares da Baixada Cuiabana a consolidarem cadeias produtivas sustentáveis e agroecológicas

  25/05/2022    

No território da Baixada Cuiabana – região composta por 14 municípios, entre eles Cuiabá e Várzea Grande, onde mais de 77 mil pessoas habitam a área rural, constituída de agricultores familiares, assentamentos, terras indígenas e remanescentes de quilombos – o projeto Do Campo à Mesa: fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis em redes de cooperação solidária auxilia oito comunidades na implantação de Sistemas Agroflorestais, os SAFs, e Agroecológicos, contribuindo para a gestão sustentável dos recursos nas propriedades, geração de emprego, renda e melhoria na qualidade de vida das famílias.

A ação é uma das três selecionadas para financiamento em chamadas de projetos do Programa REM MT, neste caso por meio do subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais, que contam com gestão administrativa e financeira da Fundação Uniselva. Os recursos do Programa REM MT são provenientes dos governos da Alemanha e do Reino Unido e direcionados às nações comprometidas com a redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) por meio de ações de conservação de florestas que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas. No Brasil, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) é o gestor financeiro e operacional da iniciativa.

Em março deste ano, a coordenação técnica do Programa REM MT e representantes do Funbio realizaram reunião de acompanhamento do projeto na sede da Fundação Uniselva e visitas de monitoramento presencial em duas comunidades atendidas - a Agrovila das Palmeiras, em Santo Antônio de Leverger, e o Assentamento Dorcelina Folador, em Várzea Grande.

O Do Campo à Mesa é um projeto de pesquisa da Faculdade de Agronomia e Zootecnia (FAAZ) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), câmpus Cuiabá, coordenado pelo professor Henderson Gonçalves Nobre.

— O projeto tem como objetivo principal consolidar cadeias produtivas embasadas em princípios agroecológicos e no uso de tecnologias de baixo carbono, aumentando a renda de agricultores familiares e a participação de suas organizações na construção e fortalecimento de redes e canais curtos de comercialização no Território da Baixada Cuiabana, conta o docente que, atualmente, é doutorando em Meio Ambiente e Sociedade pela Universidade Pablo de Olavide, da Espanha.

Também participam das atividades estudantes dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal e Elétrica, Geografia, Computação, bem como mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical, além de professores, pesquisadores, técnicos e diversos colaboradores da UFMT e de outras instâncias, articulados nas quatro frentes de atuação do projeto.

— Para dar conta de seu objetivo principal, o projeto tem quatro frentes de atuação que perpassam a promoção da organização social dos empreendimentos participantes da rede; o auxílio à transição de sistemas produtivos convencionais rumo à agroecossistemas sustentáveis de base agroecológica; o apoio aos processos de verticalização e agregação de valor da produção familiar e da economia solidária; bem como a aproximação de produtores e consumidores construindo canais curtos e diversificados de comercialização, elenca o coordenador.

Projeto auxilia oito comunidades no território da Baixada Cuiabana como o assentamento Agroana Girau e a Comunidade Tradicional Imbê, em Poconé; a Agrovila das Palmeiras, em Santo Antônio de Leverger; o Assentamento Dorcelina Folador, em Várzea Grande; a Comunidade Serragem, em Nossa Senhora do Livramento; entre outras localidades.

No ano passado, em meio à pandemia e com as adaptações necessárias, a equipe do Do Campo à Mesa obteve êxito em diferentes frentes.

— Tivemos que alterar sobremaneira a forma de atuação [diante à pandemia], que além de seguir todas as recomendações científicas e sanitárias de enfrentamento do novo coronavírus, como uso de máscaras e vacinação de toda a equipe, nossas atividades priorizaram o atendimento remoto ou a realização de atividades com público mais restrito e em ambientes abertos, pontua Henderson.

— No ano de 2021, desenvolvemos diversas atividades que passaram por estratégias de diagnósticos da realidade das comunidades trabalhadas, atividades de capacitação técnica do público beneficiário, atividades de intercâmbio de conhecimento dentro e fora de Mato Grosso, construção de estratégias inovadoras de comercialização da produção, como o aplicativo de comercialização e feiras temáticas, bem como a implantação e consolidação de dois viveiros de mudas comerciais e nativas com capacidade de 20 mil mudas cada e a implantação de 45 unidades de referência em sistemas agroflorestais espalhadas nas comunidades que participam do projeto, elenca o docente.

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Entre as ações do projeto estão a realização de feiras temáticas e a implantação de viveiros com capacidade de 20 mil mudas comerciais e nativas nas comunidades.

Para este ano, o professor explica que o projeto está centrado no monitoramento de resultados para apresentação à academia.

— Neste ano de 2022, nosso foco está no monitoramento participativo das experiências e processos, de modo a apresentar à comunidade acadêmica um conjunto robusto de informações que validam as práticas e processos agroecológicos como o caminho seguro e viável de desenvolvimento sustentável para o campo, diz Henderson.

Acompanhe o projeto pelo perfil da Rede de Cooperação Solidária.

Por Assessoria de Comunicação/Fundação Uniselva
Fotos: Assessoria de Comunicação/Fundação Uniselva & Divulgação/Recoopsol
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